quarta-feira, 23 de novembro de 2011

CONSTRUÇÃO de CASA de TAIPA DE PILÃO é tendência.

CONSTRUÇÃO de CASA de TAIPA DE PILÃO é tendência.


Casas erguidas em terra crua, no secular método de taipa de pilão e, ao contrário do que se imagina, são tão resistentes quanto a de blocos e bem mais que as dos cenários de Hollywood. Montoro integra a ABCTerra -- Associação Brasileira dos Construtores com Terra --, que pretende desfazer o preconceito e mostrar a durabilidade e a viabilidade comercial dessa técnica. "A taipa não consome energia. Um metro cúbico de tijolo queimado gasta 1.500 kW, além de poluir o ar na combustão", garante Montoro.
Em outros países, a tendência da moradia ecológica é cada vez mais abrangente. Na parte ocidental da Austrália, 20% das novas construções são de taipa de pilão. Em Grenoble na França, o grupo Craterre forma mestres em "arquitetura da terra" para atender à demanda do mercado. Em Amsterdã, na Holanda, várias empresas estão se especializando em revestimentos de resíduos orgânicos, ou seja, industrializando estruturas e coberturas feitas de restos e fibras de plantas. Há dez anos, Colômbia e Costa Rica adotam o bambu como estrutura em prédios. Na Universidade de Kassel, na Alemanha, o professor Gernot Minke exporta projetos de construção em barro. É um trabalho artesanal que agrada por suas formas artísticas. Já o arquiteto americano David Easton se preocupou em desenvolver um método para construir casas de taipa da maneira mais rápida possível. Adaptou o sistema de jatear concreto com mangueiras para erguer mansões de terra crua na Califórnia. "A construção com terra e outros materiais ecológicos não é uma recomendação romântica. É a vanguarda. Adotá-los é uma forma de diminuir o uso de recursos naturais e uma saída, se quisermos sobreviver sobre o planeta. E esse é o desafio das novas gerações", acredita a arquiteta Márcia Macul.
Fonte: Artigo da Ângela Klinke da revista ISTOÉ (N° Edição: 1558), colaboração de Eduardo Ferraz.



sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Parede de painéis monolíticos de solo-cimento Por Célia Neves e Eduardo Salmar

Parede de painéis monolíticos de solo-cimento
Por Célia Neves e Eduardo Salmar

A construção com terra têm mostrado sua versatilidade através dos séculos. Em todos os recantos do mundo, as técnicas construtivas surgiram em quase todas as civilizações do passado e expandiram-se através das invasões e colonizações, comuns na história da Humanidade.
As técnicas nativas uniram-se às técnicas trazidas pelos estrangeiros e, com variadas combinações entre elas, passaram pelas devidas adaptações técnicas e culturais para atender às necessidades do Homem e de seu Ambiente Construído. Os antigos souberam como explorar as boas propriedades da terra e utilizá-la em belíssimas construções, muitas das quais sobreviveram até a atualidade, desafiando séculos da ação abrasiva de ventos e chuva.
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Figura 1 – Fortaleza de Bam – Irã Figura 2 – Cidade de Chanchán - Peru


As primeiras notícias sobre tentativas de formulação da tecnologia de construção com terra ocorreram no final do Século XIX, quando também se iniciaram programas de investigação científica sobre o assunto. Já no Século XX, a partir de promissores resultados obtidos do comportamento de misturas compactadas de terra3 e cimento, desenvolveram-se também investigações sobre o uso de terra estabilizada com aglomerantes químicos para a fabricação de tijolos e blocos prensados ou compactados e a execução de paredes monolíticas. No final da década de 70, o CEPED – Centro de Pesquisas e Desenvolvimento, Brasil, iniciou um projeto de investigação sobre o uso do solo-cimento compactado para execução de paredes de painéis monolíticos. O projeto contou de duas etapas distintas: o estudo do material e o desenvolvimento do sistema construtivo.

Neste projeto, o CEPED buscou definir parâmetros que assegurassem a qualidade do material com as características exigidas para sua utilização em edificações, tais como resistência, durabilidade, impermeabilidade e baixa condutividade térmica.

Em seguida, iniciou a etapa de transferência da tecnologia desenvolvida através da construção de diversas edificações, tanto em regime de auto construção como de administração direta, cursos de capacitação técnica, treinamento, assessoria e assistência técnica. Procurou avaliar os métodos de controle e os sistemas construtivos desenvolvidos e medir a produtividade.

Neste período, foram elaborados manuais técnicos, cartilhas e textos básicos para normas técnicas.

A partir das ações do CEPED relativas à transferência de tecnologia, empresas de projeto e construção, pública e privada, inclusive o CEPED, realizaram diversas obras utilizando o sistema de paredes de painéis monolíticos de solo-cimento.

Ao final da década de 90, contava-se com cerca de 100.000 m2 de área construída com solo-cimento no Brasil. Realizou-se então um projeto para avaliação pós-ocupação das edificações, cujo resultado certificou o uso apropriado da técnica construtiva, independente da região, do construtor e do regime de construção.

Atualmente, através de Talleres, o Projeto de Investigação PROTERRA do CYTED/HABYTED promove a divulgação e capacitação de técnicas de construção com terra, inclusive a de paredes monolíticas de solo-cimento, em diversos países ibero-americanos.

A TECNOLOGIA

A técnica de parede de painéis monolíticos de solo-cimento é fundamentada na técnica da taipa de pilão, denominada tapia apisonado ou tapial na maioria dos países de língua espanhola.

As modificações mais significativas em relação a taipa de pilão correspondem ao uso de moldes mais leves, de menores dimensões, a incorporação do cimento à terra e menores espessuras das paredes.

O SOLO-CIMENTO

O solo-cimento corresponde a uma mistura de terra, cimento e água que pode ser empregada para execução de fundações e paredes. A mistura, com baixo teor de água (umidade ótima do solo), é usada para fabricação de tijolos e blocos prensados, denominados BTC, ou compactado em moldes para execução de paredes de painéis monolíticos.

Os solos mais adequados são os que possuem as seguintes características:

• 100% passando na peneira 5 mm
• 50% a 95% de areia
• LL ≤ 45% (limite de liquidez)
• IP ≤ 18%
• ≤ 2 cm de retração no ensaio da caixa http://www.forumdaconstrucao.com.br/materias/imagens/00449_03.jpg


A mistura dos materiais pode ser manual ou mecânica. Adiciona-se o cimento à terra, destorroada e peneirada, até obter coloração uniforme. Se necessário, coloca-se água aos poucos, até obter uma mistura com a umidade adequada.

A verificação da umidade da mistura é feita com razoável precisão pelo teste do bolo, que consiste em tomar um punhado da mistura e apertá-la entre os dedos e a palma da mão: ao abrir a mão, o bolo deverá ter a marca deixada pelos dedos; deixando-se cair o bolo de uma altura aproximada de 1m sobre uma superfície dura, ele deverá esfarelar-se ao chocar-se com a superfície.

A quantidade de cimento varia em função das características da terra. Desde que a terra tenha sido previamente selecionada, pode-se usar a proporção de 1 volume de cimento para 15 volumes de terra. A tabela abaixo indica o consumo de material para diversas proporções.


Tabela 1 – Consumo de material para solo-cimento
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DESCRIÇÃO DA TÉCNICA CONSTRUTIVA

A parede é executada com painéis, travados verticalmente entre si, moldados no local, com auxílio de guias verticais, moldes e outros acessórios. Para o pé direito até 2,80 m, a espessura da parede é de 12 cm.
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Figura 3 – Vista geral da construção


As guias verticais podem sem: perdidas, pois ficam embutidas na parede e são geralmente de concreto armado; ou recuperadas, pois são retiradas após a conclusão do painel e são geralmente de madeira. No sistema de guias recuperadas, o painel executado serve como guia para o painel seguinte.

Os moldes, geralmente de madeira – laminado fenólico com 18 mm de espessura, são fixados às guias por meio de parafusos de aço, com diâmetro de 2,5 cm (1/2’).

Para construir os painéis, fixam-se duas guias verticais aprumadas, onde deslizam os moldes, presos entre si por parafusos. No espaço limitado pelos moldes e guias compacta-se a mistura de terra e cimento, em camadas com altura igual ou inferior a 20 cm até o completo enchimento do molde.

A desmoldagem é feita logo após a compactação, podendo o molde, em seguida, ser fixado para compactação do bloco imediatamente superior ao recém-moldado e assim sucessivamente, até atingir a altura total da parede.

No caso de paredes perpendiculares entre si, fazem-se três rasgos verticais no painel executado, os quais servirão de guias; os dois rasgos externos guiam a molde e o do meio garante o encaixe responsável pela articulação do painel.

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Figura 4 – Guias verticais Figura 5 – Molde e guias Figura 6 – Compactação

A cura do solo-cimento é feita molhando a parede 3 vezes ao dia, durante 7 dias após executada.

A fundação também pode ser executada com solo-cimento em sapata corrida. Abre uma cava ao longo de toda parede e compacta a mistura na cava, em camadas com altura igual ou inferior a 20 cm.

TALLER DE PAREDES DE PAINÉIS MONOLÍTICOS

O PROTERRA foi convidado a participar da III Jornada Taller de Transferencia Tecnológia 2003. Aportes para el Hábitat Popular em conjunto com a Rede XIC.C.- Red Iberoamericana sobre Transferencia y Capacitación Tecnológica para la Vivienda de Interés Social, realizado no período de 27 a 30 de agosto de 2003, em Assunção. Paraguay. A participação do Proterra consistiu na apresentação de uma palestra com o tema “Seleção de solos apropriados para construção com terra” e a atividade de capacitação através da construção de um muro, em esquina, com o sistema de painéis monolíticos de solo-cimento.

A Taller foi realizado com dois instrutores, membros do PROTERRA, especialistas em paredes de painéis monolíticos de solo-cimento. Assistiram cerca de 300 pessoas principalmente professores e estudantes universitários e agentes comunitários.

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Figura 7 – Compactação do painel monolítico Figura 8 – Acabamento no topo

Durante três dias, os participantes fizeram moldes, prepararam e compactaram a mistura de solo-cimento nos moldes e se interaram de vários procedimentos próprios da construção de painéis monolíticos.

Em seguida, um professor universitário, estimulado e devidamente capacitado durante o taller, com a colaboração de seus alunos e membros de uma comunidade, construiu uma casa para crianças abandonadas no distrito de Luque, próximo da cidade de Assunção, Paraguay.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Programa do GUGU entregou no Domingo (18) a casa da “Mãe Terezinha”

Programa do GUGU entregou no Domingo (18) a casa da “Mãe Terezinha”, senhora conhecida na cidade de Osvaldo Cruz-SP pelo trabalho que desenvolveu por anos no conselho tutelar da cidade, ganhando assim esse carinhoso apelido.
Assista agora a entrega da casa e veja como os Tijolos Ecológicos deram um toque especial na obra.


http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=N1YaiecICbA

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Caixa Economica Federal aprova os Ecotijolos de Solo-cimento

Caixa Economica Federal aprova os Ecotijolos de Solo-cimento
27/11/2009 por Arlindo Modesto
O Projeto Tecnologias Alternativas para Habitação de Baixo Custo – THABA, resultado de um Convênio CAIXA e Centro de Pesquisas e Desenvolvimento do Estado da Bahia – CEPED representou o marco inicial, no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação, na busca de um sistema construtivo totalmente voltado para a baixa renda, podendo ser utilizado, com certa facilidade em processos de auto-ajuda e auto construção.

Na busca de soluções simplificadas o estudo foi conduzido em etapas, mediante acúmulo de informações e conclusões, que englobaram testes laboratoriais e otimização do sistema construtivo.

Como resultado desse trabalho criterioso foi desenvolvida uma cartilha, com conteúdo simples e objetivo, intitulada “Cartilha para construção de paredes monolíticas de solo-cimento”. Seu conteúdo ensinava o emprego desse material de fácil obtenção, terra natural, cimento e água, com critérios bastante intuitivos para escolha do solo, controle de umidade, e compactação da mistura, sem a necessidade de sofisticados testes laboratoriais.

Os resultados foram tão promissores, com redução de custos de até 40% em relação a construção convencional, que buscou-se outras alternativas construtivas usando o solo-cimento como insumo básico.


Junto à COHAB-SP, Companhia Metropolitana de Habitação, e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT, a CAIXA realizou duas experiências. Na primeira, com máquina automática, produziu-se tijolos maciços e acompanhou-se a construção de cinqüenta protótipos, obtendo-se custos bastante inferiores ao convencional e resultados, quanto a qualidade e desempenho, excelentes. A segunda, envolvendo os mesmos participantes, com blocos de solo-cimento e máquina automática mostrou uma produtividade elevada de mão de obra e redução de custos bastante animadoras.

A consolidação dessa tecnologia como uma alternativa viável para a produção de habitações de interesses social ocorreu pela maciça divulgação feita pela CAIXA junto as Prefeituras e Associações de moradores, muitas vezes com a assistência técnica do IPT e do CEPED ou de engenheiros e arquitetos do quadro da CAIXA.

Hoje, todas as alternativas tecnológicas descritas encontram-se normalizadas na Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.

Atual estágio das pesquisas
Atualmente a principal linha de pesquisa concentra-se na produção de um cimento, a partir de resíduos industriais. Pesquisadores da COPPE/UFRJ, acabam de desenvolver um cimento, com base em resíduos sólidos, cujo processo de produção consome trinta vezes menos energia que o método tradicional e o custo de fabricação com cerca de 50% (cinquenta por cento) menor do que o usualmente produzido, conforme informações contidas no endereço http://www.planeta.coppe.ufrj.br/noticias/noticia000057.html.
O trabalho denominado Auto-construção para população de baixa renda, desenvolvido na COOPE/UFRJ sob a coordenação do Prof. Francisco Casanova, foi selecionado entre 400 outros trabalhos provenientes do Brasil e apresentado na Reunião Anual da UNESCO realizada em Paris em outubro de 2001, onde foi exaustivamente parabenizado pelos presentes àquele evento.
Entusiasmados com a aplicação da técnica em favelas e bairros da periferia do Estado do Rio de Janeiro e atentos ao benefício que esta pode trazer à população de países pobres com alto índice de déficit habitacional, membros da Diretoria da UNESCO demonstraram interesse em firmar um convênio com a COPPE para possibilitar a utilização deste método em outros países.
Esse trabalho contou com o apoio do Programa HABITARE.
Para informações, entre em contato com a CAIXA.
Fonte: site da Caixa Econômica Federal